Casa dos Segredos - Discutir o nada

Há um bocado apercebi-me que estava a dar uma peixeirada na Casa dos Segredos e fui ver. Com muita pena minha não apanhei a coisa de inicio e como tal não percebi a situação na sua plenitude. Do que eu percebi um par teve acesso a um compartimento secreto, onde fizeram um brinde ridículo e onde decidiram trocar alguma saliva. Enquanto isso, os outros residentes da casa envolviam-se numa discussão porque alguém disse que alguém tinha dito que não sei quem tinha fumado, quando na realidade alguém (o segundo) não disse que o não sei quem tinha fumado mas sim que vinha tão contente que já devia ter tabaco. Confuso? Ainda bem.

Nisto a discussão desenrola-se enquanto jantam, uma loira pintada monopoliza a situação dizendo um monte de coisas entre as quais merece destaque "eu não admito que me mandem para o caralho em frente aos meus pais e ao meu filho". Quer isto dizer que se os pais e o filho dela tivessem a televisão desligada, ou se porventura estivessem a ver o documentário do Discovery que estava a passar na RTP 2, já não tinha mal nenhum ser mandada para o caralho.

Continuando na discussão, essa loira pintada não parava e já me estava a irritar. Nisto ia falando também uma de cabelo preto que tinha um dom superior. Independentemente do que dizia, a sua voz irritava-me. Mas a sério. E quanto mais alto falava, mais eu perdia o controlo dos meus nervos. Tenho aliás algumas dúvidas acerca da integridade dos meus tímpanos. Temo que tenham sido comprometidos para sempre.

O tempo passava e tudo continuava na mesma. Uns discutiam, outros trocavam saliva no compartimento secreto e outros comiam (a ouvir os que discutiam). Começa-se a arrumar a louça, e a discussão continua... especialmente a de cabelo preto que nos meus ouvidos se destacava pelo modo como a sua voz se esganiçava. Mas a discussão acabou por dar naquilo que tudo costuma dar nestes programas, em nada. Ao fim tudo amigo como sempre, tudo bué da fixe.

No compartimento secreto, já debaixo dos lençóis ouvia-se a moça dizer "é que nem penses". Para ser honesto isto pareceu-me de todo abusivo... quem lhe disse a ela que ele pensa? Até porque estando naquela casa, a probabilidade de ele não o fazer é imensa. Mas pronto, ele não pensou. Ela pelos vistos também não, já que uns segundos depois a saliva já transitava de uma boca para a outra novamente.

A finalizar a loira pintada foi chorar para o jardim. Um gajo grande ao lado dela perguntava "porque choras tu?". Por momentos imaginei que ela fosse dizer "porque me caiu uma pinha na cabeça ó otário". Mas não, nem percebi a sua resposta.

Fim.

Não sei o que é mais caricato. Se eu escrever isto tudo sobre nada, se vocês lerem isto tudo sobre nada.