Curta (à moda do twitter)
Hoje o nosso país está mais preocupado com a crise na Guiné do que com a crise em Portugal. Deve ser mais importante tratar primeiro dos outros e depois de nós.
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13 Comentários:
Provincianismo. Mais nada.
E adivinhem quem foi convidado a comentar a crise na Guiné? Tirando o dramatismo da situação, quase que me escangalhava a rir...
Não devemos ter uma visão fechada sobre nós mesmos. Devemos abrir as vistas ao mundo e compreender que por vezes há momentos em que devemos tratar primeiro dos outros, porque podemos tratar de nós depois.
Fechar os olhos quando existe uma realidade tão crua como a que se vive naquele país não é de todo positivo. Pena é que só nos preocupemos quando jorra o sangue.
Mas o facto de nos preocuparmos com a situação de desespero que se vive na Guiné-Bissau não implica que deixemos de lado as preocupações com a crisezinha que nos bate à porta.
Bem, não estás já um bocado farto de ouvir falar na crise e em supostas soluções para ultrapassar a crise? soluções essas que passam sempre por, portugueses e portuguesas apertem os cintos que eu também não? :D
Logicamente que depois de um atentado deste género, num país que já foi colónia portuguesa, e no século vinte e um, mal estariamos nós se não falassemos do que se passa lá fora. É verdade que os portugueses vivem dias duros, mas seremos assim tão comezinhos e fechados que já não nos interessa o que se passa à nossa volta?...
Ainda não percebi muito bem quem é que matou o Nino Vieira. Se uma facção de militares, se narco-traficantes disfarçados de facção de militares. Nos jornalecos online que consultei falava-se de uma segunda vitima não-indentificada. Atão, identificam o presidente e não a segunda vitima? mmm... será que o presidente foi mesmo atingido e que isto não passa de uma tentativa de o dar como morto para o proteger entretanto? eu sei, eu sei, ando ver muitos filmes...e o elvis foi raptado por extraterrestres!! :D
Já agora, alguém me responde à seguinte questão: estará a guiné-bissau assim tão mal sem o nino vieira? Tipo, como estaria angola sem o eduardo dos santos? não é ironia nem retórica, é uma pergunta mesmo, porque não estou propriamente a par do que se passa nas ex-colónias portuguesas, tirando, claro está, que o mexilhão é que se lixa sempre, enquanto que a lagosta vai enchendo o bandulho...
Desculpa, AP, mas não concordo nada contigo :))). Provincianismo seria o inverso.
Van,
acho que a Guiné-Bissau não fica nem melhor nem pior com ou sem Nino Vieira.
Nesta altura do campeonato, estar lá aquele ou não estar é perfeitamente indiferente.
Países fracos fazem líderes fortes, e depois precisam desses líderes para não se desagregarem. O Nino Vieira sempre foi servindo como pólo unificador da Guiné-Bissau, tinha o crédito de ser um dos rostos da auto-determinação e independência, e junto da população que viveu esse tempo era encarado como o líder. O que acontece é que a população desse tempo foi desaparecendo, surgiu uma nova geração, de jovens sem perspectiva de futuro, de militares descontentes, depois revoltosos, num país que sobrevive com base no esquema e na corrupção (a agora como plataforma para o tráfico de droga)... É que em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. É o que se passa na Guiné-Bissau. Não há pão, e as migalhas que aparecem servem bem a qualquer um.
Com ou sem Nino, nesta altura, é já indiferente. Como ouvi hoje alguém dizer: é preciso fazer um reset.
(sobre a teoria de que o homem pode não estar morto, quando me deram a notícia também pensei nisso, este tipo de líderes morrem algumas vezes antes do óbito definitivo, mas ao que parece há confirmação oficial, e se a diplomacia já reagiu, é porque há mesmo certeza. Esperemos que não aconteça como quando mataram o Savimbi ou o Saddam, exibirem o cadáver para darem ao mundo uma certeza mórbida ao seu anseio.)
Essa coisa de nos preocuparmos primeiro com a nossa crise e não com a dos outros pode ser realidade, o que não torna a situação nem desejável nem correcta.
É evidente que ninguém está contente com a situação em Portugal e na Europa, mas, convenhamos, crise? Qual crise? A do Darfur? A do Zimbábue? A da Etiópia?
Isto, meus amigos, são crises, às quais se podem juntar a Guiné-Bissau, Gazah e muitas outras. Crises onde se morre aos milhares e até milhões.
Crise na Europa? Claro que sim, para nós é uma crise sem precedentes (ou talvez não). Para os países que mencionei, seria uma bênção ter uma crise como a nossa. Crise?! Contratempo...
Bruno, mas, sob essa perspectiva de casa onde não há pão, sabendo que aquilo se tornou um antro de narcotraficantes e sendo necessário um reset...ficaram melhor sem o corrupto-môr..desde que não venha um pior a seguir.
Afectado, sabias que o kumba ialá foi jogador de futebol do Louletano??? ahahahahahah! :D
Cirrus, ora nem mais. Em termos globais, esta crise é um contratempo, quando comparada com as atrocidades que se vivem noutros cantos do mundo.
para esclarecer. sobre a vida politica das nossas ex-colónias pouco sei. o que sei é dos tempos em que o meu pai teve que lá andar aos tiros e a ver se não apanhava com um.
quanto à guiné do presente apenas sei o que fui vendo, ouvindo e lendo hoje. pelo que percebi o nino vieira não era grande coisa por assim dizer. portanto, vamos lá fazer o quê? não teríamos então motivos para já ter ido? pergunto eu sem saber bem as respostas...
claro que podemos falar deste problema assim como falar de muitos outros. mas envolver-nos no quer que seja que esteja prestes a lá se passar não me parece de todo conveniente. mas portugal vai sendo conhecido por as suas atitudes altruístas que ninguém liga...
e parece que a mulher de nino vieira já pediu exílio politico. imaginem lá a que país? portugal, claro! somos os maiores...
ah claro que o sr. sócrates aproveitará a onda tal como tem aproveitado outras. enquanto se for falando destas coisas, esquecem-se outros assuntos menos convenientes.
Nã esquecem não, afectado...a gente nã deixa!!!!!!!! ouviu, senhor sócrates????? meta a maioria num sitio escuro que eu cá sei!!!!! :D
* a maioria absoluta
Dentro do cérebro dele???
Claro que também não defendo nenhuma operação militar nem nada do género, apenas sei que há muita (i) responsabilidade portuguesa no que se passa na Guiné, e assobiar e olhar para o lado não é a melhor atitude.
Foram muitos os que andaram a esquivar-se das balas na Guiné, o que, particularmente nos anos quentes do início dos anos 70, era sinónimo de desgraça iminente, porque foi muito, muito mau mesmo!
Mas pouca ou nenhuma herança positiva deixamos àquele povo.
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