sexta-feira, junho 20, 2008

Conversas IV

O umbigo. Ou deveria dizer: O UMBIGO. Sim, porque para muitas pessoas, este pequeno orgão adquire um tamanho monstruoso, que lhe permite ser apresentado recorrendo a maiúsculas. Está certo de que ele até apresenta uma localização mais ou menos central no corpo, mas é preciso levar esse facto ao extremo? Será mesmo necessário termos o Universo a rodar à nossa volta? E de que é que isso nos vale? Não acabará por ser uma posição extremamente solitária?


Os Umbigos irritam-me severamente. É que não servem para nada. Não estão lá para as emergências, deixam-nos agarrados em todas as ocasiões e depois ainda vêm para cima de nós com a conversa da vítima que não recebe a atenção suficiente! Eu cá estou cada vez com menos paciência para os aturar. Não há tempo no Mundo que chegue para lhes explicar que as outras pessoas têm uma vida. Uma vida que inclui família, amigos, trabalho, chatices, complicações, sacrifício. E que a visão do EU constante não existe nas pessoas normais. Que o EU muitas vezes desaparece face às prioridades normais do dia-a-dia. Que o EU a toda a hora e a todo o dia é de um egoísmo brutal e chocante.


Qualquer discussão que se tenha com um Umbigo acaba por se revelar uma experiência muito parecida com o falar com uma parede. Qualquer argumento válido perde-se no vácuo formado pelo Umbigo. È como um buraco negro a sugar tudo o que não se relacione directamente com ele e a aniquilar qualquer vestígio de vida que não o dele. E depois querem ser admirados. Querem ser amados. Querem tudo o que acham que têm direito. Mas acabam por não ter direitos nenhuns. Porque as pessoas que não têm respeito ou consideração por mais ninguém a não ser por eles, merecem o mesmo tratamento. Só é pena que nem assim se toquem. Por que continuam a dizer: EU não mereço isso...


Texto escrito por oh pa.


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1 Comentário:

M disse...

Todos temos o nosso UMBIGO. Infelizmente, é como tudo, existem aqueles que sabem conter-se, existem os outros que o deixam crescer ao exagero.

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