Gente paranóica

O divórcio de Michael Douglas no fim dos anos 90 foi um dos mais caros de sempre, mas o que me chamou a atenção numa reportagem que li sobre o mesmo, foi outro pormenor. O actor e a ex-mulher (que eu até gostava de tratar pelo nome, mas não me recordo do mesmo) tinham (e têm) uma casa em Maiorca no valor de dezenas de milhões de euros. Ambos gostavam tanto da casa que nenhum abdicou dela, tendo sido encontrada uma solução salomónica para o caso: de Janeiro a Junho quem habita a casa é Michael Douglas, de Julho a Dezembro é a sua ex-mulher. Quem ler até aqui pensa que eles até se dão bem, ou que pelo menos são razoáveis.

Mas não, o que eu ainda não vos contei é que sempre que a casa muda das mãos de um para as do outro (seja a meio, seja no fim do ano), mudam a mobília toda pois cada um não quer estar em contacto com a mobília do outro. Além da mobília, mudam cortinados, lençóis, e, imaginem, até os empregados têm que ser diferentes. Apenas o responsável pela casa se mantém... não se sabe bem até quando pois o mesmo diz que está farto e cansado desta situação que se arrasta há anos.

A mim é que não me apanhavam numa situação destas. No lugar do Michael Douglas, e tendo o dinheiro que ele tem, eu comprava a metade da casa da ex-mulher. Caso ela fosse irredutível e também não quisesse comprar a minha metade, aceitava o acordo que fizeram, mas nem lá punha os pés de Janeiro a Junho. Deixava-a apodrecer durante seis meses de ano a ano... ela havia de se cansar. Mas lá está, eu não sou excêntrico como esta gente tem a mania que é.