quarta-feira, janeiro 05, 2011

O amor vai acabar

Naqueles minutos intermináveis que se desenrolam na sala de espera do médico, peguei numas revistas para ler. Daquelas que têm meses e meses e que já foram folheadas até rasgar. Peguei numa Focus de Junho (salvo erro), na capa o título era sugestivo "Em 2030 não haverá amor". Ok, confesso que não foi a primeira escolha, antes disso peguei na capa que tinha como título "A vida dupla das stripers", mas por alguma razão alguém gostou tanto daquilo que só deixou mesmo a capa, o recheio da revista foi-se para algum lado que não aquela sala de espera.

Voltando à reportagem que afirmava que em 2030 já não haverá amor, acabei por não a ler toda porque entretanto chamaram por mim para entrar. Do que li, a teoria consistia no facto de se afirmar que em 2030 vamos ter vários parceiros sexuais e que o poliamor vai ser algo super natural e comum a todos. Segundo uma mulher que já vive nessa onda, querer que alguém nos ame apenas a nós é egoísmo. Dizia ela que o que interessa é que a pessoa que está connosco em determinado momento tenha carinho por nós. Tudo bem, nem vou discutir, acho que cada um deve ser feliz da forma que acha melhor para si.

No entanto esta situação do anunciado fim do amor deixa-me algumas questões pertinentes. Quer-se dizer, quando a SIC e a TVI abrirem o jornal das 20h a dizer que o amor vai acabar, que vão as pessoas fazer? Vão a correr ao supermercado procurar disso nas prateleiras para meter na despensa e assim salvaguardar o aumento do preço do amor?

Não pensem nas respostas, não é necessário, afinal de contas o mundo acaba já este ano. E se é verdade que com o anúncio de que em 2030 não haverá amor se prova que o amor não é eterno, não é menos verdade que ao apontar o seu fim para essa data se prova que o amor pode quebrar barreiras, mesmo que essa barreira se chame o fim do mundo!


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16 Comentários:

anouc disse...

Ainda bem que tenho 4 toneladas dele lá me baixo armazenado na cave. É tanto que até posso deixar de herança... tou safa.

Ana disse...

Armazena-lo durante tantos anos não me parece boa ideia. Aquilo depois fica velho e vai ganhando mofo, e eu cá sou da opinião de que é daquelas coisas que se deve ir renovando todos os dias. O melhor mesmo é aproveitar da melhor maneira o que ainda vai existindo. Depois, logo se vê.

Narizinho Lunático disse...

Pois eu não acredito nem numa coisa nem noutra... 1º, não acredito no fim do mundo como esses doidos o indicam. Vai acabar, vai. Lá isso é verdade. Dependemos do Sol e se o Sol é uma estrela e se todas as estrelas morrem, ora quando o nosso amigo Sol morrer, a Terra também vai desta para melhor... Mas isso é gradual e daqui por milhões de anos. Não da forma catastrófica que dizem! 2º, o amor não acaba. Se me disserem que a monogamia acaba, penso duas vezes e acabo por concordar. O amor não. Porque amor é muito mais do que o sentimento que une um homem e uma mulher. É muito mais do que uma relação de fidelidade canina. Por outro lado, demoramos milhões de anos a nos tornarmos monogâmicos. Logo, se tivermos de alterar a estrutura social (porque é disso que estamos a falar), também será algo que vai demorar o seu tempo... Não apenas 20 anos... A monogamia tem uma determinada função na nossa sociedade, por exemplo, a confirmação da prole pertencer a um determinado indivíduo. Isso fazia sentido quando a fêmea dependia do macho para a sua subsistência. O macho tinha de ter certeza que estava a criar as suas crias e não as de outro. Dai, sermos monogâmicos. Hoje isso já não se justifica. De qualquer das formas, as estruturas não se alteram com essa rapidez.
E pronto, já filosofei bastante! Não te maço mais! :) Bjs

Sofia disse...

Olá!
Em primeiro lugar, qual foi a definição de amor que foi apresentada no artigo? E qual é a tua definição de amor?
Em segundo lugar, não acredito que o mundo vá acabar, caso contrário os hipermercados já teriam as portas fechadas devido à quebra exponencial de stocks.
Em terceiro lugar...e agora senta-te comigo que vamos falar os dois...será que o amor ainda existe? Mesmo, mesmo? Não achas que isto tem andado um pouco descartável? Quer dizer...as pessoas casam-se e descasam-se com uma facilidade tremenda, os namoros tanto começam e acabam como o diabo esfrega um olho. À minima contrariedade, pum, a porta bate atrás de um adeus, foi bom enquanto durou.
É por isso que a minha definição de amor parece que está votada, cada vez mais ao esquecimento. E, sim, eu partilho aqui a minha definição de amor que nada mais é do que partilha,admiração, respeito, cumplicidade e vontade que duas pessoas têm de crescer e aprender juntas.
Um beijinho,
Sofia

P.S.: É verdade...dizes no teu texto que foste ao médico. Como é que correu a consulta? :-)

AUFDERMAUR disse...

"O amor pode quebrar barreiras, mesmo que essa barreira se chame o fim do mundo", que frase tão bonita de se dizer. Vai já para o meu caderninho de citações.
Já acreditei mais nisso mas não deixa de ser bonito de ler.

Ana disse...

ai como nós estamos...

olha, segundo uma teoria mais recente (implicação da entretanto adoptada teoria dos multiversos - existem universos infinitos), o nosso universo terminará dentro de 4 biliões de anos, precisamente na mesma altura em que o Sol se transforma numa gigante vermelha.

qto ao amor... "quem ama não sabe o que ama nem porque ama nem o que é amar" LOL. E na verdade, o conceito de amor abarca muita coisa, entre elas a necessidade de que o parceiro seja só nosso e se concentre só em nós...

Ana disse...

no entanto, se a "desculpa" que eles dão é q o amor vai acabar pq o q poliamor se vai universalizar... eh pah, então não acaba, apenas se diversifica!

e estão a esquecer-se a lei mais fundamental da fisica: nada se cria, nada se perde, tudo se transforma... :p

Ana disse...

já agora, médico? tá tudo ok?

Sofia M disse...

Olá afectado,

Gostei muito da última frase do teu texto, é bom acreditar que seja uma verdade.

E aproveitando que estou de regresso à blogoesfera, desejo-te um bom Ano de 2011 ;)


Nikita

Inês disse...

Mauuuuuu...
No outro dia li que o mundo acabava dia 28 de Outubro...Agora já passou para Maio???
Daqui a pouco acaba amanhã..

afectado disse...

margot, quanto não vale seres prevenida :P

ana, depois vais pagar o dobro!

narizinho, tens razão, por isso me ficou na cabeça a reportagem, pelo seu lado estapafúrdio :)

sofia, eu acho que ainda existe. e que vai continuar a existir. talvez hoje em dia as pessoas não dêem o devido valor a isso. hoje em dia muita gente procura uma vida de prazeres, de simplificações, e o amor por vezes não funciona desse modo. que se perceba que eu não critico quem procura viver de forma alternativa a isso, acho tão legitimo uma coisa como outra. como já disse, acho normal cada pessoa viver da forma que se sente mais feliz.
e o que também acontece é que hoje em dia há uma exigência muito grande para com os outros. queremos tudo no ponto, e se começa a falhar é mais fácil deitar fora do que ter paciência ou do que colaborar para se recuperar o que se perdeu. vivemos a mil à hora, e leva-se isso para o amor, o que raramente dá bom resultado.

aufdermaur, ainda ontem disse que o amor por vezes é uma questão de crença pessoal. tal como na crença religiosa, em alguns casos vai e volta.

vani, suponho que a ideia de quem escreveu é que amor é aquele sentimento que tens por uma pessoa, que não é possível ter por duas ao mesmo tempo (não estamos a falar de amor de mãe, de irmão, etc).

nikita, já tinha notado o teu regresso, o google reader deu sinal ;)
bem-vinda (de novo)!

inês, são uns apressados do caraças, é o que é!!!

AUFDERMAUR disse...

Afectado, eu acreditar acredito mas, como em tudo na vida, há dias em que penso que eu sou a única idiota à face da terra a acreditar numa coisa que só existe na minha cabeça. E não falo só do Amor, falo de quase tudo na vida, eu sou muito idealista mas há dias em que também me canso.
E estou 100% de acordo com a resposta que deste à Sofia.

Sadeek disse...

Bem, tendo em conta que o poliamor é definido pela "capacidade" de se amar várias pessoas ao mesmo tempo julgo que o título da coisa não se ajusta às conclusões.... ;)

Bom ano!

Me disse...

E com aquele último parágrafo, provas que és um romântico.
:)

Ana disse...

há muitos tipos de amor e podes amar romanticamente mais do que uma pessoa... no entanto, se te sentes preenchido, não sentes necessidade de procurar mais...
:D

Maria disse...

e como diz o Jorge Palma: a gente vai continuar :)

beijinho de 2011 (qué mto melhor) lol

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