terça-feira, janeiro 12, 2010

As tias de Braga

Hoje um aluno foi baleado no Externato Carvalho Araújo em Braga. Não que fosse necessário fazê-lo, mas como é óbvio lamento o acontecimento. Contudo, e esquecendo por momentos o miúdo que foi baleado, tento imaginar o que as tias de Braga estarão a dizer por esta altura. Muitas metem os filhinhos no externato e depois pavoneiam-se pela cidade apregoando a superioridade intelectual e educativa dos seus filhinhos em relação aos (desgraçados, na opinião delas) que andam nas escolas públicas que estão a cair aos pedaços na cidade. Claro que fazem de conta que ignoram o facto de muitos deles se meterem na droga e do mérito que (muitos deles) têm nas notas que alcançam ser muito reduzido. No fundo é um sistema de educação moderno, um bocado à semelhança da carreira dos professores, bons e maus são muito bem classificados, e no fim praticamente todos atingem o topo de carreira.

Mas como este país despreza regularmente o mérito, tudo isto é normal e vulgarmente apelidado de esperteza (saloia, só se for). E vai-se a ver e a pessoa que disparou a pistola provém de uma escola pública e tudo terá lógica, as tias poderão continuar a passear os túneis de vento em forma de cabeça que têm em cima do pescoço enquanto dizem coisas só ao alcance da sua "criatividade".


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12 Comentários:

Sílvia Barros disse...

Como se costuma dizer "até no melhor pano cai a nódoa"!!!

Cláudia Machado disse...

Sempre andei só em escolas públicas e sai-me bastante bem.
Nas escolas públicas encontra-se todo o tipo de pessoas de todos os estratos sociais, a diversificação nunca fez mal a ninguém.
Estudar para atingir notas boas é o lógico.
Toda a gente sabe que nesse tipo de escolas as notas são pagas e não merecidas e lá entram os meninos para as faculdades sem esforço.

Cor do Sol disse...

Pensei logo..."oh não, a escola dos betinhos. Lá se vai a fama" :P

Bem, podia acontecer em qualquer lado e foi acidental, pelo que percebi.

A rapariga do chapéu vermelho disse...

Só durante a primária é que andei numa escola privada. A partir do 5º ano, andei em escolas públicas. Tanto numa como noutra encontram-se todo o tipo de pessoas: rufias, boas, manientas, etc. É a educação em casa que faz de nós aquilo que somos e a partir de uma certa idade somos nós que definimos aquilo que queremos ser e como queremos agir, restando uma pequena parte a ser influenciada pela escola que frequentamos. Esses pais que se pavoneiam por os filhos andarem no externato, só o fazem porque não têm noção da fama que a escola tem. Caso contrário, tinham vergonha e tiravam os filhos de lá. O filho até pode não ser mau aluno, mas o facilitismo que lá impera acaba por permitir que o seu filhinho se desleixe. O desleixe é meio caminho para a incompetência. Por isso, de lá não podemos esperar grandes profissionais no futuro. (salvaguardando sempre as excepções).

afectado disse...

sílvia maria, no caso o pano é tão bom como outro qualquer... apesar de quem lá andar não achar isso.

afectado disse...

loira, partilho a opinião quase por inteiro.

afectado disse...

cor do sol, claro, foi acidental pelo que se diz. o que não invalida o facto de um jovem de 17 anos andar com uma arma... e ele andar com uma arma de acidental deve ter pouco. e porque andaria ele com uma arma? não é difícil...

claro que podia acontecer em qualquer uma, mas o que se diria na cidade se tivesse acontecido no sá de miranda, na d.maria, na alberto sampaio ou outras...

afectado disse...

ava, pois, lá andam alunos que numa escola onde o mérito fosse valorizado se safavam muito bem, mas ao andarem naquela ficam com a fama colada a si. fama essa que o externato conquista ano após ano...

Eu mesma... disse...

eu estudei no externato e ao contrário do que afirmam em cima, as minhas notas não foram compradas nem tão pouco sou betinha. andei lá um ano e devo dizer que foi uma excelente oportunidade já que me permitiu acabar o secundário de dia, pois não o consegui acabar à noite. na altura a minha D* tinha apenas um ano e não tinha hipótese de continuar com o horário da noite. se assim não fosse, não tinha entrado na universidade. acabei com uma boa média, resultado do meu esforço e não de um patrocínio externo. para além disso, lá frequentam pessoas de todos os estratos sociais.
dito isso, é uma coisa que pode acontecer em qualquer escola do país.

afectado disse...

ana, por conhecer casos do externato em que as coisas se passam como referi, é que disse o que disse.

contudo, claro que nem todos obtêm as notas por esse meio. daí eu não ter dito que isso acontecia em todos os casos...

quanto aos estratos sociais, sim, há mais que um lá representado, no caso eu referi-me às tias e à opinião generalizada que elas têm do externato.

Eu mesma... disse...

é claro que há de tudo mas há betinhos tb noutras escolas. e é claro que há um pouco essa imagem da externato mas é mais imagem que realidade. claro que essas tias usam esse facto como algo indicador de estatuto social e isso é errado de todas as maneiras.
mas continuo a dizer que não corresponde à realidade.

Dylan disse...

Também existem aqueles que põem os filhos nesses colégios para parecer bem aos olhos da vizinhança. Uma questão de fachada, nem que tenha de tirar-se comida à mesa...!

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