segunda-feira, outubro 12, 2009

Para a minha irmã

Este fim-de-semana fui ver o filme "Para a minha irmã" - o titulo original é My Sister's Keeper - e o filme cumpriu as expectativas que já tinha à partida pois já tinha lido e ouvido a opinião de muitas pessoas que tinham visto o filme. Contudo ficaram-me duas perguntas na cabeça que ainda hoje não lhes sei responder e que vos vou deixar no fim do post. Voltando ao filme, é um drama intenso à volta de uma familia que está há anos a passar pela situação trágica de ter uma filha com cancro e sem grande esperança de vida à vista. Na tentativa de a salvarem recorreram à concepção in vitro para terem uma filha "fabricada" e assim conseguiram manter viva a irmã dela mais uns anos. Contudo chega-se a um ponto que a filha concebida para salvar a sua irmã diz que não quer mais ser sujeita a essas intervenções médicas que nem garantem com certeza a vida à irmã. Boas interpretações de Cameron Diaz e Jason Patric, os pais, assim como de Alec Baldwin, o advogado de uma das filhas. Abigail Breslin e Sofia Vassilieva, que interpretam as irmãs, também emprestam muita qualidade ao filme. Um filme indispensável... e que nos faz ver que tantas vezes nos queixamos da nossa sorte por coisas insignificantes.

Quanto às perguntas que vos deixo, são as seguintes: 1- seriam capazes de sacrificar parte da qualidade de vida de uma filha, tendo isso algumas repercussões a nível de saúde para o futuro encurtando-lhe a esperança de vida, para salvar outra? 2- seriam capazes de deixar uma filha morrer, para não comprometerem irreversivelmente parte da saúde e da qualidade de vida da outra?

Espero nunca ter que passar por algo assim, pois se tivesse eu não saberia o que fazer.


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20 Comentários:

opinião própria disse...

Perguntas assim afectam realmente uma pessoa. A vida encarrega-se por vezes a ajudar a decidir...

de Marte disse...

Eu ainda estou na fase da vida em que (felizmente) isso é distante e parece que só acontece aos outros.
Fingir que não existe não resolve nada mas deixa-nos viver felizes nas nossas (minhas) ignorância e tranquilidade.

Pronúncia disse...

Afectado, são daquelas perguntas a que nenhum pai quer responder. Seja qual for a resposta há sempre a possível perda e, apesar de filhos não fazerem parte dos meus planos, não imagino dor maior do que a de perder um filho.
Essas sim são perguntas assustadoras.

1REZ3 disse...

E serias capaz de conceber um filho propositadamente para esse efeito?

Também fui ver o filme e não usei o lenço não sei como... Estas coisas tocam-me, o que é que hei-de fazer? :)

Eu mesma... disse...

é uma situação muitíssimo complicada. talvez ponderasse no assunto, pelo menos quando tento imaginar o horror de perder a minha D*. É uma situação que não sei se tería capacidade de discernir o que é correcto ou não.

ADEK disse...

Estou a ter aulas de Ética agora... talvez daqui a uns tempo dê uma opinião diferente. MAs não consigo ver a vida só pela vida, mas também valorizando a QUALIDADE de vida. Por isso acho que, no caso, faria tudo o que estivesse ao meu alcance para ajudar a minha filha, mas não obrigaria ninguém a fazer o mesmo (nem outra filha!).

Gabriella Monferrato disse...

Afectado,

Questões muito importantes! Acho que pretendeste formular no post o dilema vivido no filme. 1) Os pais não têm direito de dispor da vida dos filhos, como os do filme fazem. Nem pais nem ninguém. Isso é instrumentalizar o corpo de outrem sem o seu consentimento. 2) Por outro lado, os pais têm o dever de garantir a subsistência dos filhos e a preservação das suas vidas. O poder parental tem sido teorizado nesse sentido. Mas parece-me que 1) e 2) são contraditórios apenas aparentemente porque, na verdade, não se pode cometer um erro para fazer o bem, no caso instrumentalizar a vida de um ser humano para salvar outro. Caso contrário teríamos algo como "os fins justificam os meios".

É a minha opinião. Desculpa lá mas a minha formação obriga-me a olhar para estas coisas friamente.

Suspeita disse...

Não faço a mínima ideia do que faria ... só quem passou por algo assim pode comentar...

Cláudia Machado disse...

Perguntas difíceis. Só se estivesse a viver a situação é que te poderia responder.

afectado disse...

opinião própria, espero nunca ter que decidir uma coisa destas!

afectado disse...

de marte, mas pode acontecer a todos...

afectado disse...

pronúncia, sem dúvida que são. e ao ver este filme é impossível não as fazer!

afectado disse...

13, não sei...

afectado disse...

anne, pois, é muito complicado!

afectado disse...

adek, mas se a única esperança da tua filha fosse a "ajuda" da irmã?

afectado disse...

gabriella, por norma também olho para estas coisas de modo frio. mas imaginando-me na situação, não sei o que faria...

afectado disse...

suspeita, eu também não sei, e até pensei muito nisso para ver se chegava a alguma conclusão.

afectado disse...

loira, e se calhar nem assim.

Isabel Rodrigues disse...

Seria capaz de conceber um filho para salvar outro. Disso não tenho dúvidas. Seria capaz de submetê-lo a tratamentos, desde, que não fossem invasivos e/ou dolorosos. Mas teria que aceitar se em determinada altura a criança não quisesse mais continuar.

afectado disse...

isabel, pelo menos tens uma ideia mais ou menos definida.

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