quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Casamento histérico

Se há conversa que já me começa a meter nojo é a do casamento entre gays. Eu não tenho nada contra e, muito sinceramente, que se legisle isso de uma vez. A igreja bem que devia estar mais caladinha. Não se trata do casamento católico mas sim do civil, portanto escusavam de criar ruído. Os que são a favor do casamento gay também usam argumentos que a mim não me convencem. Então os gays têm direito a viver com dignidade? Têm pois claro! Mas só se consegue dignidade casando? Essa é boa... e nova! Gostava de saber qual vai ser a próxima luta destes lutadores incansáveis das causas fracturantes. Os que são contra, coitados, agarram-se a argumentos da treta como comparar o amor homossexual ao amor incestuoso. Resumindo, muitos ladram, poucos acertam.

Na terça vi na página da RTP Multimédia uma grande parte do Prós e Contras dedicado a este assunto. O programa não é mau, mas já era tempo de porem ali uma jornalista de jeito e que acima de tudo fosse isenta na moderação dos debates. Talvez pense que tem o rei na barriga como a sua filha. Convidaram-se pessoas para falar que não o fizeram uma única vez. Duas ou três aves raras monopolizaram a discussão e soltaram o seu veneno. Do lado dos que estão contra, só Eduardo Nogueira Pinto mostrou nível na argumentação. Do lado dos que estão a favor só Miguel Vale de Almeida e Daniel Oliveira foram gente. No campo da peixeirada Fernanda Câncio esteve bem como é seu costume, mas Isabel Moreira brilhou mesmo. Esta última já mal se aguentava... foi mal educada, rude, agressiva e só com isso perdeu logo qualquer razão que pudesse ter!

O mais preocupante nesta questão é que José Sócrates fez o assunto regressar agora, criando assim uma distração que visa abstrair as pessoas de outras situações. Se ele quisesse, em Outubro este assunto tinha ficado resolvido. Não quis em Outubro, mas em Janeiro já acha bem que se autorize o casamento entre homossexuais. Que mudou entretanto? Ah, pois, apareceu o freeport e os poderes ocultos!


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24 Comentários:

Bruno Fehr disse...

Sinceramente, acho que o Sócrates quer casar...
Na biografia dele (O menino de Ouro do PS), ele afirma ter consciencia dos rumores sobre a sua sexualidade... enough said!

Ana GG disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana GG disse...

"Eu não tenho nada contra e, muito sinceramente, que se legisle isso de uma vez." Concordo plenamente!
"Mas só se consegue dignidade casando?"...Aí, discordo contigo. Tal como os casais hetero, cada qual é livre de escolher o modo como como pretende formalizar, ou celebrar a sua relação. Temos de nos despir por completo de preconceitos.
Se não encararmos o assunto assim estaremos a repetir a máxima: "Eu não sou racista mas casar a minha filha com um preto é que não!"
Para que conste, o casamento em si não me diz nada, é um mero protocolo. Mas respeito quem o considera de outra forma.

Não vi o programa por isso não posso opinar.

Quanto à atitude do Sócrates...como é óbvio é uma simples manobra de diversão à qual, infelizmente, os nossos políticos já nos habituram. Por outras palavras, uma PALHAÇADA!

afectado disse...

Bruno Fehr, então a Fernanda Câncio ainda se vai arrepender de defender tanto o casamento dos homossexuais :)

afectado disse...

ana gg, o casamento para mim também é um protocolo, um contrato, em último caso uma tradição. claro que toda a gente tem o direito de celebrar o amor conforme o deseja. eu só não alinho é no argumento que os homossexuais têm direito à dignidade e portanto devem poder casar. eles para mim são igualmente dignos se não se casarem...

Ana disse...

O argumento contra que mais me irrita (um dos,aliás) é o "eu não tenho preconceito mas acho que eles não deviam poder ter o mesmo tipo de casamento que os hetero". MMMMM? HELLOOOOO?...se isso não é preconceito...

A celeuma do casamento é mais para que os casais homossexuais possam ter os mesmos direitos que os hetero, coisa que, de momento, não têm. Não podem entrar num hospital como familiares. Não podem herdar nada do outro. Não são considerados um núcleo familiar, não podendo adoptar crianças. E por aí fora. O casamento, como contrato assinado, alteraria essa situação e dar-lhes-ia direitos que neste momento lhes estão vedados.

Ana disse...

Não vejo esse casamento como uma questão de ganho de dignidade, mas antes de ganho de direitos civis.

ipsis verbis disse...

Van disse:

"Não vejo esse casamento como uma questão de ganho de dignidade, mas antes de ganho de direitos civis"

Exactamente.

Ana GG disse...

A dignidade não se mede através das preferências sexuais de cada um, muito menos do seu estado civil.

A Van focou o cerne da questão...direitos civis.

Ana disse...

Mas percebo o que queres dizer quanto ao casamento ser uma folha de papel. A questão é que, com casais hetero, o companheiro tem direitos que nos casais gay não são reconhecidos.

Mas, infelizmente, aos olhos de muitos, o casamento tb é sobrevalorizado. Por exemplo, eu vivo em união de facto há quase 8 anos. No entanto, de cada vez que há um casório, há sempre discussão pq me querem obrigar a ir apanhar a merda do bouquet. Já ouvi, inclusive, que eu e ele não queríamos assumir o nosso relacionamento porque não nos casavamos...helloooooooooooo??? vivemos na mesma cama (ahahahah) há quase oito anos!!!
Percebes onde quero chegar, lógico... infelizmente, a mentalidade católica e retrógrada ainda é muito forte...

Contudo, as reivindicações dos casais homossexuais não se prendem com a assinatura nem com o simbolismo do casamento. É a única forma de ganharem direitos sólidos, semelhantes aos dos casais hetero.

Já ouvi que "podem ter os mesmos direitos, não me oponho, mas que não lhe chamem casamento". Não é preconceito?...

afectado disse...

van, eu aceito que faça confusão a algumas pessoas o assunto do casamento homossexual. nestes assuntos chamados fracturantes há intolerantes de parte a parte.

dizer que querem o casamento para terem dignidade para mim é um argumento de merda! tu tocaste no ponto que realmente importa, os direitos civis! isso sim é importante que eles consigam. e por mim, como já referi, podem-se casar à vontade que não me incomoda nadinha. só é preciso é cuidado com os argumentos dramáticos que alguns fanáticos usam.

afectado disse...

ipsis, também concordo que a van tocou no ponto principal!

afectado disse...

ana gg, repetindo-me em relação ao comentário anterior... também concordo, a van tocou no ponto principal da questão!

afectado disse...

van, Já ouvi que "podem ter os mesmos direitos, não me oponho, mas que não lhe chamem casamento". Não é preconceito?...

preconceito mesmo era se dissessem que nem os mesmos direitos queriam que eles tivessem. assim eu talvez veja essa afirmação mais como um conservadorismo...

Bruno disse...

O Governo teve quatro anos, mais o período de pré-campanha, para pôr à discussão o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Só agora se lembrou? Parece-me a manobra dos fracos: lançar cortinas de fumo para cegar os mais incautos.

Sobre o debate, estava a trabalhar, não consegui prestar muita atenção, mas confesso que despertava do meu estado de concentração de cada vez que a Fernanda Câncio abria a matraca. Haja tino!

afectado disse...

bruno, sem dúvida!

fernanda câncio e iasabel moreira... que dupla estridente :)

Pronúncia disse...

Faço minhas as palavras de um humorista (já não me lembro o nome), que a propósito do mesmo assunto disse:

"Deixem lá os gays casarem. Eles também têm direito a ser... infelizes!"

Agora fora de brincadeiras, penso que eles querem casar por uma questão de terem os mesmos direitos que os casais hetero. Nada contra. O que é preciso é muita gente feliz.

A minha opinião é sempre a mesma quer sejam hetero ou homossexuais. Querem casar, casem. Querem juntar os trapinhos, juntem. Querem namorar toda a vida, namorem. Façam é o favor de ser felizes.

Quanto à tua pergunta:
"Gostava de saber qual vai ser a próxima luta destes lutadores incansáveis das causas fracturantes."

Eu apostava que depois desta "guerra" ganha, a seguinte vai ser "Adopção por casais gay".

Vale a aposta?!

:)

afectado disse...

pronúncia, é possível que seja essa a próxima mas será descabida. mas a explicar porque digo isso farei um post em breve (se não me esquecer, claro!)

além de que me parece mais importante a da eutanásia. aliás, a da eutanásia já devia ter sido antes destas e de outra que já passou. mas isso é a minha opinião que vale pouco para os nossos activistas ideológicos (chamemos-lhes assim que eles devem gostar).

Bruno disse...

A próxima questão "fracturante" talvez seja a regionalização. E depois dessa há ainda outras, como por exemplo: fará sentido a laicização do país? Até que ponto é levada a sério? Acho sinceramente é que o sistema político devia levar uma volta. Era instituir os círculos uninominais, a ver como era bom para a tosse. Mas os gajos fogem como o diabo da cruz. Não querem ter o povo a chatear-lhes a cabeça.

Pronúncia disse...

Concordo que a eutanasia já devia ter sido debatida.

Quando disse a adopção apenas me estava a referir à próxima guerra gay.

afectado disse...

pronúncia, farei um post sobre isso para amanhã ;)

afectado disse...

bruno, espero mesmo que seja a eutanásia. ah, e que nunca se lembrem de tornar as drogas legais... se avançarem com essa torno o meu blog num blog politico!

Diabólica disse...

Essa menina é e sempre foi uma mal-educada e uma barraqueira.

Quantas vezes a mãe a foi buscar a hospitais por estar em coma alcoólico...

E até onde sabia, ela tinha desistido do curso, na universidade católica de Lisboa. Mas, ao que parece agora já é advogada.... Enfim,
é o país que temos.

E de facto, a mãe já teve melhores dias.

É tendenciosa, e mal-educada com o público presente no auditório.

Beijnhos.

afectado disse...

diabólica, pois, essa menina pode ter gosto no que é...

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