quinta-feira, novembro 13, 2008

Pequenas coisas...

Uma norte-americana de 30 anos suicidou-se quarta-feira à porta da casa de Paula Abdul, a cantora que integra o júri do concurso American Idol. Paula Goodspeed era fã de Abdul e não suportou a eliminação.

Após ler esta notícia pensei em como seria a Paula Goodspeed. Não sei se era uma pessoa desequilibrada, se simplesmente uma pessoa que perante um sonho desfeito em vez de reagir preferiu abdicar de tudo. Vi o vídeo que está na notícia e tirando o idiota que disse que não era possível alguém cantar com tanto metal na boca, os comentários apesar de negativos, não foram "assassinos". O metal na boca é um aparelho, simplesmente isso. Claro que o idiota não fez de propósito para a deixar num estado de depressão, mas isto leva-me à reflexão que fiz passado um bocado de ver o vídeo...

Elaborei um paralelismo na minha cabeça entre a situação já comentada e as pessoas que se conhecem apenas da internet (blogs incluídos, óbvio). Falamos com pessoas que quando falamos 2 meses pensamos que as conhecemos há 2 anos. E raramente nos lembramos que na net, as outras pessoas só vêem de nós aquilo que nós deixamos que seja visto. Podem-me dizer que na rua é igual, mas não é. Todos sabemos bem que é muito mais fácil omitir coisas, simular coisas, quando se está atrás de um ecrã. E de uma coisa não tenho dúvidas, há muita gente na net (blogs incluídos, óbvio) que é totalmente desequilibrada. Mas, essas pessoas, quando querem dão um ar muito natural e "cool". Por pequenas coisas, pequenas situações, é possível identificar ali traços de alguma patologia psiquiátrica. Teremos, todos, a consciência que quando falamos com alguém na net, algumas palavras menos cuidadas da nossa parte podem ter um impacto brutal numa mente descompensada mas devidamente camuflada? Certamente que não. Agora imaginem que esse alguém fazia o mesmo que Paula Goodspeed, mas à vossa porta...


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20 Comentários:

Mel disse...

Bolas, fiquei chocada.:S

A miúda cantava mesmo pessimamente,mas ser humilhada assim, daquela maneira, e em frente a milhões de espectadores...
O fim não se imaginaria, mas que deve de ter entrado numa bruta de uma depressão, disso não tenho duvidas.
E de facto, o que se passa do lado de lá de um pc, nunca poderemos ter certeza. Nunca pôr as mãos no fogo, nem por nada, nem por ninguém.

afectado disse...

mel, isto choca qualquer um. e dá que pensar... bastante.

Cor do Sol disse...

Cruzes...

ipsis verbis disse...

Falando do programa.
Todos quantos ali vão, tirando so primeiros, que foram as cobaias, sabem que o júri é pragmático, severo e muitas das vezes gozão. Não é qualquer um que recebe "medalhas".. e o que está em jogo é demasiado grande para ser dado a qualquer um que pensa que por cantar no duche é meio passo para ganhar o concurso... nada de mais errado. É claro que há pessas "doentes" que não suportando serem eliminados fazem merda. Esta norte-americana fê-la e da grande... a culpa é claro que não é de nenhum membro do júri, nem da própria rapariga que pelos motivos em que se matou, e por que se matou, só resta "culpar" qualquer coisa em falta na vida da mesma.

Quanto ao paralelismo entre a situação comentada e as pessoas que vamos conhecendo pela internet ("blogs incluidos, óbvio") está de todo bem feita. Tanto na realidade como na "virtualidade" há coisas que nos escapam. Há pessoas desequilibradas em todo o lado (blogs incluidos, óvio). Podemos estar na boa a falar com uma pessoa, mandar-lhe umas piadas, gozar e depois, aparecer-nos um mail do advogado da mesma. Ou pior!
E como conseguir perceber esses "estados de patologia avançada?"? Não conseguimos. É a vida...

afectado disse...

cor do sol, não sei que responder ao teu comentário, mas não quero que sejas a única pessoa sem resposta hehe :P

afectado disse...

ipsis verbis, sem dúvida, quem lá vai tem que ir preparado para ouvir todo o tipo de criticas à sua performance. mas ao aparelho não. se não, vai lá uma cantar e eles ao fim dizem: "tem umas mamas boas, um cu redondo... muito boa! por acaso canta bem, pode passar..."

sim, na realidade também há pessoas assim. até porque o que representa virtualidade para nós, haverá para outras pessoas que representa realidade. mas é mais fácil esconder certas coisas atrás de um ecrã. olha que em alguns casos, na net, consegues pelo menos notar que são pessoas psicologicamente desequilibradas...

ipsis verbis disse...

(todos os erros de ortografia presentes no comentário da ipsis são da inteira responsabilidade do teclado que esta estava a usar na altura)

(todos os erros de leitura ao comentário da ipsis, são da inteira responsabilidade de quem o leu e interpretou)

:)

ipsis verbis disse...

afectado, se eles cantam mal eles pegam em tudo. se eles cantam muito mal, eles pegam até na cuequinha fio-dental da avozinha.
(faz parte do "show")
É claro que para quem está a ser avaliado/gozado é humilhante, mas se o jurí não pode pegar em nada, pega no que tem "mais à mão", neste caso, à vista...
Lembras-te do Paul Potts. Eu lembro-me. E olha que era gajo para ser achincalhado por toda a gente. Eu cheguei a rir-me dos seus olhos tortos... até ele abrir a boca para cantar ópera! :)

afectado disse...

ipsis, eu percebo que faça parte do show. e por essas coisas é que eu jamais entraria em programas desses...

mas a partir do momento que era notório que ela não cantava nada, podiam simplesmente ter humilhado por aí. o aparelho era desnecessário. mas claro que nem foi o comentário do aparelho que a fez cometer o suicidio. apenas peguei nessa parte porque às vezes dizemos coisas assim e nem pensamos. e eu não sou santo, digo isto, mas o mais provável é amanhã já estar a dizer umas asneiradas :)

lembro-me de ver isso no blog do crest. desde aí já vi o vídeo algumas vezes. eu não achava normal que se ele cantasse muito mal o júri dissesse "olhe, vá-se embora porque você tem os olhos tortos, uma cara assimétrica, uma boca horrivel, etc etc". era muito mais normal dizer "olhe até a merda do zé cabra canta melhor. dedique-se à venda de telemóveis, à pesca, ou ao que quiser... mas cantar... poupe-nos!". era duro, mas menos idiota :)

ipsis verbis disse...

É claro que é bem mais fácil pegar por aí. E por isso eles ainda fazem e hão-de continuar a fazê-lo.

Depois da sua própria humilhação, que foi cantar mal, chega a vez do júri falar mal de tudo.

afectado disse...

então eu sugiro que em vez de pessoas ligadas à música, seja escolhida para júri a maya, claudio ramos e outros que tais. assim já se percebia que a análise fosse ao aparelho, às mamas, ou ao que quisessem...

ipsis verbis disse...

Ahahahaha. Acho que sim. Isso seria lindo. Agora com a Paula Abdul, essa grande cantora que agora não me recordo de nada dela, e a sua voz, que por acaso agora também não me lembro... Não! Ahahaha...

afectado disse...

também não conhecia, mas agora que falaste fui em busca de algo que prove a qualidade da mesma... aqui está:

http://www.youtube.com/watch?v=Iu4NcgQZucE

:)

ipsis verbis disse...

E agora é a vez da júri ipsis verbis:

Ahahaha. Que trambolho ó paula!
Fica-te pelas cantigas e larga a droga. Aquilo não é dançar, é espasmar! Ahahhah... e ok, os anos 90 não foram muito bons para a moda, mas tu, Paula, tu marcaste uma nova posição! Ahahaha ...Que resmenguice!

afectado disse...

ipsis, bela análise. prevejo que brevemente vais ser contactada para júri de qualquer coisa.

ipsis verbis disse...

Ahahah... ainda levava com um sapato de salto na cara, daqueles feios que a Paula calça!

Gi disse...

Mas a que porta? Dás a tua morada a estranhos que só conheces na net?
Ou estamos a falar de porta virtual?
Ligamo-nos e com uma web cam suicidamo-nos à tua frente?


Eu já me suicidei virtualmente e bem caladinha; morro para aqueles que não me interessam, virtualmente falando.

afectado disse...

gi, eu não dou. mas há quem dê muito mais que a porta...

Anónimo disse...

Ora aqui está um dos melhores textos que li nos últimos tempos sobre a blogosfera.
Dou-te os parabéns Afectado, que de afectado não tens nada... Ou tens?
A sério, é um texto deveras pertinente, num mundo onde cada vez mais nada do que parece é, e onde toda a gente tenta encontrar algo a que se agarrar para não ir ao fundo. A Paula agarrou-se a uma ideia, falhou e não se aguentou à tona. Infelizmente há muitas, e muitos, como ela por aí...
Como eu li algures: não podemos deixar a nossa felicidade pendente de terceiros.

afectado disse...

ap, muito obrigado pelas palavras.

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