Pedalar para o abismo

Não sei se alguém que visita este blog é fã de ciclismo, mas como eu sou um vou falar um bocado do momento que este desporto passa. Como se pode ler n'A Bola online o cazaque Vinokourov acusou positivo num controlo anti-doping efectuado durante o corrente Tour. Este ciclista apontados ao inicio por muitos como o favorito, acabou assim de dar mais uma facada nesta modalidade.

Quando Armstrong dominava como bem queria o Tour muitas suspeitas se lançaram sobre ele, mas o certo é que ele era o ciclista mais controlado e nunca acusou nada. Desde que ele saiu os casos de doping cresceram exponencialmente e parece que andam todos a cometer asneira atrás de asneira para lhe sucederem como símbolo do ciclismo actual. No ano passado antes do Tour o escândalo foi enorme com a "Operación Puerto" em que foram implicados vários dos principais ciclistas, e no fim o escândalo foi maior ainda com o vencedor do Tour, Floyd Landis, também a acusar positivo num controlo anti-doping.

Não me admirava muito que alguns países comecem a seguir o exemplo da Alemanha no que respeita à cobertura do Tour pelos seus meios de comunicação.

Os fantasmas sobre o ciclismo já assustam tanto, que mesmo sem nunca ter acusado positivo num controlo anti-doping, a própria organização do Tour pede ao actual camisola amarela, Rasmussen, para se retirar da prova devido às suspeitas que existem sobre ele após ter evitado um controlo no seu país, a Dinamarca.

Sem querer ser mais papista que o Papa, mas não será altura de haver uma limpeza profunda no ciclismo? Não só de pessoas mas também de mentalidades! Na minha opinião para se criar uma rotura com estes acontecimentos que se têm sucedido sem tréguas, talvez fosse melhor não realizar as 3 principais voltas durante 1 ano... no mínimo. Penso que só assim se poderia dar espaço e tempo para a limpeza necessária e simultâneamente deixar a opinião do público acalmar sob pena de o ciclismo cair definitivamente no abismo para o qual pedala...