O fim do P2P em Portugal?

Nos últimos dias muito se tem falado deste assunto nos meios de comunicação social. Este assunto foi despertado após o fecho de 3 sites de partilha de ficheiros por intervenção da policia judiciária. Nos dias seguintes ao fecho desses 3 sites, outros fecharam (alguns por vontade dos seus criadores). É muito comum nas noticias que saem na comunicação social ser referido o termo Peer-to-Peer (P2P). Muitas vezes ou nem tentam definir o que isto realmente significa ou então dão definições menos precisas. Não sendo eu um especialista do assunto deixo aqui o link para a definição do que é o P2P.

Estou certo que a acção da policia judiciária abrandou de alguma maneira a partilha de ficheiros em Portugal, mas como sempre tem acontecido, estas acções depressa cairão no esquecimento. Processar os 200000 utilizadores do BTuga é simplesmente irreal. Num país onde temos pedófilos ainda à solta, pessoas que fogem aos impostos ano após ano, corruptos metidos em diversos cargos de relevo nacional onde fazem o que querem, será que seria possível processar os 200000 utilizadores? Eu percebo a ideia da PJ ao atirar isso para o ar... assim amedronta alguns dos utilizadores, e faz com que alguns pais proíbam mesmo os filhos de fazerem downloads.

Não critico a PJ e percebo que assim tentam fazer algo. Mas é mais fogo de vista que outra coisa. Com isso nunca acabarão com a pirataria informática. Era como se para acabar com o tráfico de droga se dissesse que se iam prender todos toxicodependentes. Claro que ajuda, mas outros aparecem. Contudo se prendessem todos os traficantes, já o resultado seria outro. No caso da pirataria a solução passa por agir onde ela começa e não onde ela acaba. Ou vão à raiz do problema, ou então vão andar a cortar ramos toda a vida.

Talvez a solução mais eficaz fosse actuar junto dos fornecedores de internet e todos terem que diminuir os limites de downloads que permitem, que como todos sabem são bastante elevados. Se estes limites descessem para valores mais reduzidos, já não estaria ao alcance de qualquer um fazer o download de ficheiros como actualmente. Claro que isto implicaria uma redução das mensalidades, pois uma das desculpas dos fornecedores de internet para os preços praticados é os limites de download que permitem. Então porque não se faz isto?